Nesta semana, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) promoveu um debate sobre Mídia Digital. Os especialistas presentes discutiram novas tendências e o futuro dos meios eletrônicos para as empresas. A superintendente de Marketing da ACSP, Sandra Turchi, destacou a importância de as empresas compreenderem essa nova realidade, que repercute diretamente nos negócios e nos relacionamentos comerciais. “O perfil do consumidor mudou nos últimos anos. Ele está cada vez mais envolvido no mundo online e, em função disso, se informa mais. Consequentemente, em várias situações, quando ele vai a um estabelecimento para compra, acaba se mostrando mais esclarecido que até os próprios funcionários do local”, alerta.
Sandra enfatiza a força do mobile marketing como uma das grandes tendências. “No Brasil temos, praticamente, mais celulares que pessoas. Entre as Micro e Pequenas Empresas (MPEs), 91% dos empreendedores possuem acesso pelo aparelho e nesse cenário, o smartphone ganha ainda mais força para firmar-se como plataforma multimídia”, comenta.
O advergaming, fusão dos termos advertainment (entretenimento) + game é considerada outra forte vertente na área. “Hoje em dia, não existe mais o conceito de que videogame é algo para crianças e adolescentes: a idade média dos jogadores é de 29 anos. Além disso, estamos nos deparando com o crescimento do público feminino nesse meio”, aponta Sandra.
A executiva também argumenta sobre a crescente infiltração da internet na população brasileira e os impactos disso no comportamento do cidadão. “No ano de 2009, 70 milhões de brasileiros estavam online. Para 2010, a projeção é de 100 milhões – ou seja, metade da população brasileira”, comenta ela, acrescentando a consequência disso nos hábitos do consumidor. “Atualmente, tomamos muitas decisões por meio de buscadores, especialmente pelo Google. Os internautas querem tudo rápido e não desejam perder tempo. Nas pesquisas que realiza via Google, 50% abandonam o buscador após a segunda página de resultados e 75% confiam nas informações obtidas. Com isso, é fundamental que as corporações se esforcem para figurar nesse ‘top’ de resultados para se tornarem mais ‘encontráveis’”, pondera a superintendente de Marketind da ACSP.
O diretor comercial da Mídia Bay, Eduardo Gouveia, destaca as vantagens e particularidades da mídia indoor, ferramenta que ganhou força com a implantação da Lei Cidade Limpa na cidade de São Paulo. “As telas de LCD das mídias DS possibilitam ações segmentadas e de massa, de acordo com público, produto, local, horário, dentre uma infinidade de critérios”, observa o executivo. Para ele, para se obter sucesso nesse meio, os empresários devem estabelecer diretrizes para suas campanhas, como foco da mensagem a ser transmitida, a quem será dirigida, onde e quando. “Devido às viabilidades de implantação, custo e manutenção das telas DS, você pode encontrá-las desde supermercados até mesmo em máquinas de refrigerantes, o que contribui para a eficácia de seus resultados”, comenta.
Já o diretor executivo da Drimio, Salomão Casas Neto, observa o sucesso da web 2.0 e como ela revoluciona a conduta do consumidor. “Embora a internet ainda seja vista como fator de isolacionismo social, 61% dos internautas conversam com vizinhos ao menos uma vez ao mês. As redes sociais da web são vistas como plataformas para estimular pessoas a se encontrarem pessoalmente, e não o contrário”, garante Casas Neto. Para ele, tal comportamento é uniforme em todas as classes sociais brasileiras. “Hoje em dia, os comportamentos do usuário de internet e, consequentemente, das redes 2.0, não são mais polarizados conforme as classes sociais: 51% dos internautas brasileiros são das classes C, D e E e 48% das classes A e B”, informa. Casas Neto afirma que "Encontrabilidade" e engajamento são dois dos principais elementos que as empresas obtêm fazendo parte das redes sociais. “Considerando que 88% dos consumidores buscam informações antes de comprar e que 43% recomendam produtos, mesmo que as companhias não abram canais de relacionamento em redes sociais, elas estão inseridas neles mesmo que desconheçam ou não queiram, por meio de comentários das experiências dos consumidores com as marcas”, finaliza.